segunda-feira, 23 de maio de 2011

Artigo de opinião: Panorama da arquitetura nacional.


“há uma escassez de profissionais que integram todo o ciclo da cadeia produtiva e um apagão tecnológico”


 O tema arquitetura é amplo e detém uma intensa complexidade. Afinal, nesse contexto entram questões de diversos campos do conhecimento perpassando a estética, a plástica, a funcionalidade, as questões socioculturais, que devem estar integrados a fim de atender às necessidades do homem. Com o objetivo de melhor compreender essa temática, recorremos a um profissional com experiência na área, o arquiteto Bráulio Renato Fernandes Pitanga, graduado pela Universidade Federal da Bahia e atuante na região de Santo de Antônio de Jesus, no estado da Bahia.
Segundo Bráulio, o atual panorama da arquitetura nacional demonstra um mercado aquecido e que investe maciçamente na construção civil e paralelo a isso, há “uma escassez de profissionais que integram todo o ciclo da cadeia produtiva”, e um “apagão tecnológico”. Embora o entrevistado tenha citado, faz-se necessário frisar que, acima do fator quantitativo, há o qualitativo. A quantidade de escolas de arquitetura cresce continuamente, passando de cento e trinta na última contagem, despejando no mercado uma quantidade de profissionais que não poderá ser absorvida. O resultado é a banalização e menosprezo da profissão, aliada à baixa remuneração e a inconsistência de critérios e escrúpulos.
Outra questão refere-se ao que contribui ou atrapalha o bom desempenho do arquiteto. Nesse sentido, segundo Bráulio, “um mercado aquecido e disposto a investir é fundamental para que se recorra à ação arquitetônica”. Entende-se ação arquitetônica em um sentido amplo que envolve todo o ato de projetar, das habitações populares requisitadas pelo governo às construções de grandes edificações empresariais. Por outro lado, “a existência de “profissionais” não habilitados”, acarreta “uma concorrência desleal já que os mesmos impõem um preço muito abaixo ao do mercado e vem atender a uma clientela inconsciente”, apresentando-se assim como o fator que mais embaraça a área de acordo com o entrevistado. Ademais, cabe acrescentar a relevância de um cliente qualificado, qualidade essa que não se restringe apenas a ampla disposição de recursos para investimento e sim, num fator crítico que saiba exigir e considerar uma boa arquitetura.
Entender a arquitetura, sua função e relevância, é fundamental por se tratar de uma área do conhecimento que estuda e compõe o ambiente que nos cerca, o qual recebe e ao mesmo tempo repassa uma grande influência na concepção do homem. Dessa forma, o atual fomento por profissionais da área mostra-se aquecido em reflexo ao bom estado da economia, embora haja uma carência por mão de obra qualificada. Outra importante consideração é a existência de indivíduos não graduados atuantes no mercado que geram bagunça e projetos que contribuem para o desvalorização da profissão. Assim, devemos aproveitar o bom momento econômico para incrementar a qualificação dos arquitetos, revelando a sua responsabilidade e importância na construção e organização da realidade.

Entrevista com o Arquiteto Bráulio Renato Fernandes Pitanga.

1°: Qual o panorama da arquitetura nacional hoje?
O Brasil acumulou, ao longo dos anos, uma série de demandas, sobre tudo, na questão da habitação,  e durante os últimos anos com o aquecimento da economia, nós estamos passando por uma fase de aquecimento do mercado da construção civil. O arquiteto, como profissional preponderante, nessa questão, ele vem  cada dia que passa sendo mais exigido, tanto em conhecimento, em projetos, enfim, em todas as ações, de planejador que o  mercado lhe impõe. Contudo, a de se pensar que existe um grande déficit de profissionais da área, profissionais qualificados, uma grande escassez de técnicos em edificações, de pedreiros, ajudantes, serventes, eletricista, enfim, toda cadeia produtiva da construção civil, percebemos uma grande escassez, e também, de arquitetos e engenheiros. Enfim, há uma escassez de profissionais que integram todo o ciclo da cadeia produtiva e um apagão tecnológico. Então, esse apagão tecnológico, é o grande desafio da sociedade brasileira: de repor o número máximo de profissionais da área, para responder, as principais demandas de habitação, de urbanização, de serviço de infraestrutura urbana, enfim,  de todas questões correlacionadas a construção civil, e sobretudo à arquitetura.

2°: O que mais contribui e o que mais atrapalha, para que o arquiteto desempenhe sua função?
Oque mais contribui com o desempenho da função do arquiteto é o mercado aquecido e disposto a investir é fundamental para que se recorra à ação arquitetônica e  a grande necessidade da ação do arquiteto, seja na questão de moradias, de habitação, de infraestrutura urbana, seja nas diversas questões, onde, a ação do arquiteto seja necessária, sobre tudo, com o mercado aquecido, com a economia aquecida em fase de crescimento. E o que mais atrapalha são os profissionais “não habilitados” que exercem a função de arquiteto, que tentam exercer a função de arquiteto. E isso torna uma concorrência desleal, porque são uma mão de obra não qualificada, com um preço baixíssimo, e que atrai uma clientela inconsciente, achando que está fazendo realmente um bom negócio, mas, na verdade, estão fazendo um investimento que não tem retorno, nem na qualidade,nem na segurança, nem no conforto, nem na estética e isso vem atrapalhando a  nossa vida profissional.

domingo, 22 de maio de 2011

Ferramentas modernas e sua utilização

A internet, se utilizada de forma correta, pode ser uma forte aliada do mercado de trabalho. Não apenas a internet em si, mas todas as ferramentas secundárias que a acompanham, como os software.
Especificamente na área da arquitetura, o uso dessas ferramentas é crucial. A utilização das velhas pranchetas com desenhos feitos a mão, deram lugar a homogeneidade da feitura no computador que garante ganho de tempo, prioridade dos tempos atuais. Desse modo, disseminou-se a utilização de programas como o AutoCAD e SketchUp.
Uma planta-baixa com carência de informações acarreta uma possível construção inadequada e ineficiente que talvez necessite de correções e, no final das contas, signifique desperdício e má utilização do tempo. Por isso, com uso das máquinas, podem-se fazer alterações imediatas e que não necessitam refazer todo o projeto.
Cabe a nós, profissionais atuantes ou não, saber usar, ter o know-how que possibilite a utilização dessas ferramentas para engrandecer o nosso trabalho, torná-lo mais claro, conciso, passível de ser bem aceito. Nós devemos utilizar as ferramentas, e não o contrário.
Charge retirada do site: www.blogdobraulio.com/2009/02/o-arquiteto-e-sua-obra.html; Acessado no dia 19/05/2011 às 21:04.